Esteróides orais VS Esteróides injetáveis

Os esteróides encontram-se, na sua maior parte, sob a forma:
  • Oral (comprimidos)
  • Ou injectável, através de injecções intra-musculares (nunca intra-venosas)
Há certos medicamentos que se fossem tomados na forma oral seriam destruídos pelas enzimas que digerem a comida no estômago.
Da mesma forma alguns medicamentos, se fossem administrados através de uma injecção, perderiam as suas propriedades, pois algumas drogas só são eficazes na sua forma sólida e assim que são transformadas num injectável liquido, a sua estrutura química altera-se.
Algumas pessoas podem também ter dificuldade ou limitações em tomar comprimidos, seja por problemas de digestão que impossibilitam a sua absorção, entre outros e por isso o mesmo medicamento pode existir na forma oral e injectável.
Caminho metabólico dos comprimidos:
  • Os comprimidos são dissolvidos no estômago e absorvidos no trato digestivo, após o qual são conduzidos para transformação no fígado, antes de passarem à circulação sistémica pela veia hepática,
  • No fígado estes compostos sofrem uma extensa transformação e a sua concentração é diminuída,
Daqui resulta que muitos comprimidos têm na sua estrutura algo que impede esta transformação de acontecer e desta forma conseguem evitar a perda das suas propriedades e concentração. Esta protecção ou alteração química sobrecarrega o fígado e pode acarretar deterioração das células hepáticas.
Caminho metabólico dos injetáveis (intra-muscular):
  • As injecções intra-musculares passam do músculo para a corrente sanguínea com relativa rapidez (dependendo da irrigação e tonificação desse músculo) e não passam inicialmente pelo fígado, entram diretamente na circulação sistémica,
  • Eventualmente encontram o seu caminho para o fígado através da artéria hepática,
Não sei se o mesmo esteróide, dado na forma injectável, causa maior ou menor dano no fígado que na forma oral (para as mesmas doses)...é uma questão para a qual não encontrei resposta.
Diferentes vagas na concepção dos esteróides orais:
  • A primeira vaga de esteróides produzidos na forma oral pertencem a uma classe a que se costuma chamar de 17 Alfa Alquelado (C-17 Alpha Alkylated). 
Esta classe tem em comum uma alteração na sua estrutura que lhe permite preservar grande parte do seu conteúdo na primeira passagem pelo fígado. O efeito negativo é que estes esteróides sobrecarregam este órgão e em grandes quantidades tornam-se tóxicos,
Entre eles os mais conhecidos são: Methandrostenolona (Dianabol), Stanozolol (Winstrol), Fluoxymesterona (Halotestin), Oxandrolona (Anavar) e Oxymetholona (Hemogenin),
  • A segunda vaga consistiu na produção de esteróides absorvidos pelo sistema linfático evitando assim a primeira passagem no fígado. 
Estes esteróides não são comuns e o seu uso não foi popularizado, a Testosterona Undecanoato (Andriol) era um exemplo desta classe.
  • A terceira vaga passou por alterar um dos anéis da estrutura da molécula da testosterona de forma a manter a sua atividade após passagem no fígado e ao mesmo tempo reduzir a sua toxicidade. 
Entre eles os mais conhecidos são Methenolona (Primobolan) e Masterolona (Proviron). Nem todos os esteróides estão disponíveis numa versão injetável e oral.
No Post ''Esteróides para crescer (Bulk) Vs. esteróides para secar (Cut)'' vimos que da maioria dos esteróides existentes só o Winstrol/Stanozolol, Primobolan e a Testoesterona existem na forma oral e injetável e, embora eu não tenha feito a experiência, presumo que se tomarmos as mesmas quantidades de uma substância na forma oral e na forma injectável, sentiremos mais resultados com as injecções talvez por evitarem a passagem inicial no fígado.
O grande problema que encontro com os orais, quando tomados em doses mais elevadas, é a indisposição em termos de digestão. Fico enjoado com facilidade quando tomo muitos comprimidos e isto traduz-se numa perda de apetite, que por sua vez resulta numa diminuição dos resultados.
Esta indisposição também pode estar correlacionada com o sobrecarregamento do fígado causado pela passagem neste.
Uma das diferenças entre o mesmo medicamento na sua forma oral e injectável é a sua meia vida:
  • Os orais têm uma meia-vida mais curta (6 a 8 horas regra geral), o que faz com que a sua toma seja mais frequente (alguns comprimidos ao longo do dia) para alcançarmos um nível estável do composto no sangue. O objectivo é este mesmo, ter níveis estáveis no sangue de forma a ter resultados consistentes. Para isto deve-se evitar picos e oscilações. 
  • No caso dos injectáveis isto não se verifica, pois dependendo do éster que a ele está associado podemos ter níveis estáveis no sangue de 2 a quase 5 dias, bastando 2 ou 3 injecções por semana para optimizar resultados.
Vamos tomar o exemplo da Methenolona (Primobolan), se eu fizer um ciclo de 5 semanas o esquema será mais ou menos o seguinte:

Semana
Primobolan Oral (Acetato)
Primobolan Injetável (Enantato)
1
30 a 50mg (por dia)
200 a 400mg (por semana)
2
30 a 50mg (por dia)
200 a 400mg (por semana)
3
30 a 50mg (por dia)
200 a 400mg (por semana)
4
30 a 50mg (por dia)
200 a 400mg (por semana)
5
30 a 50mg (por dia)
200 a 400mg (por semana)
Total
1050 - 1750mg
1400 - 2000mg

Nesta tabela podemos comparar os 3 a 5 comprimidos diários de Primobolan (10mg por cada comprimido) com as duas injecções semanais (100mg por cada ml):

  • Daqui percebemos que na forma injetável tomamos sempre mais quantidade e que essa quantidade se traduz apenas em 2 injecções por semana, enquanto que na forma oral teríamos que tomar de 3 a 5 comprimidos todos os dias, 
  • Esta maior quantidade traduz-se em mais resultados (óbvio) e daí talvez resulte a impressão de que os injectáveis são mais potentes, além de toda a questão da não passagem inicial pelo fígado.
No fundo teríamos que nos enfrascar em comprimidos se quiséssemos ter o mesmo resultado dos injetáveis e isso não seria prático, além das complicações a nível de digestão que pelo menos eu sinto.
No entanto a maior parte dos ciclos contêm esteróides na sua forma oral e também injetável, isto porque as duas administrações resultam bem quando conjugadas:

  • Nos orais temos uma meia-vida curta (horas) que faz o efeito dos comprimidos se notar ao fim de poucos dias. Normalmente a sua função no ciclo é dar um bom pontapé de saída e começar a ver resultados o mais cedo possíveis, 
  • Os injectáveis têm, regra geral, uma meia-vida maior (dias), o que nos dá ao fim de semanas resultados consistentes, fruto das quantidades mais elevadas de produto e dos níveis estáveis no sangue que eles proporcionam.
Faz sentido usar os dois num ciclo, este fica mais completo e os resultados mais consistentes.
Um ciclo só de orais também pode fazer sentido para quem não tem forma de administrar as injecções (não sabe administrar e não tem quem lhe administre), ou para quem quer resultados tão leves e ligeiros que não se justifique usar a ''artilharia pesada''.
Em relação à questão de segurança, temos de salientar que só deve tomar injecções quem sabe administrar ou conhece alguém que sabe mesmo dar injecções.
Existe perigo nesta administração e este pode mesmo ser mortal ou deixar uma pessoa incapacitada.

Conhecimento é poder