Tipos de treino (2ª Parte)

Podem ler aqui a primeira parte deste texto.
Nesta 2ª parte vamos abordar:
  • Treino intervalado 
  • Treino em circuito  
  • Treino Isométrico  
  • Calistenia (Calisthenics)  
Treino de intervalos ou treino intervalado
É um tipo de treino físico que envolve séries de exercícios de intensidades variadas (baixa, moderada e alta), intercaladas com períodos de descanso.
Os períodos de alta intensidade focam-se em exercícios anaeróbicos.
Esta combinação de diferentes intensidades exercita o músculo cardíaco (coração), proporcionando um treino cardiovascular e permitindo o uso do sistema aeróbico de forma a prolongar a duração do exercício.
No fundo este treino não se foca só num único sistema ou método como os que vimos na primeira parte deste post. Ao fazermos diferentes combinações de intensidades, podemos tornar o exercício mais longo (focando-se no ganho de resistência) ou mais curto (aumentando a intensidade, força ou potência), servindo vários propósitos e adaptando-o a mais do que um objetivo.
O Fartlek é um bom exemplo,
criado e desenvolvido na Suécia, incorpora aspetos dos treinos intervalados com treinos de corrida de longa distância. O seu nome significa ‘’speed play’’ e basicamente consiste na integração de sprints e explosões de intensidade em percursos de longas distâncias, sendo que esses intervalos são feitos em durações, declives e velocidades mais irregulares do que um treino intervalado tradicional. 
Um treino de Fartlek poderia consistir:  
  • Num aquecimento de 5 a 10 minutos,  
  • Seguido de 2km a um passo desafiante,   
  • Seguido de caminhada a passo rápido durante 5 minutos (recuperação),  
  • Sprints de 50/60 metros intercalados com corrida moderada,  
  • Sprint em planos inclinados por 200 metros,  
  • Andar a passo rápido durante 1 minuto, repetindo esta rotina até atingir o tempo do treino estipulado (nunca menos que 45min).
Como podemos ver neste exemplo, este treino de Fartlek trabalha o sistema aeróbico bem como o anaeróbico. É esta sua adaptabilidade e focalização de diferentes objetivos que faz com que seja extremamente flexível e adaptável a desportos que exigem uma mistura de força, velocidade, potência e resistência (desportos de combate, futebol, basquete, andebol, volei, etc..).
Podemos misturar diferentes métodos de treino e obter ganhos também combinados.
HIIT (Treino Intervalado de Alta Intensidade) é mais um exemplo de treino intervalado:
  • Estes treinos tentam diminuir o volume geral de treino através do aumento do esforço despendido nos intervalos de alta intensidade. São treinos de curta duração e de grande intensidade que combinam curtos períodos de exercícios anaeróbicos com períodos de recuperação ativos de exercícios aeróbicos.
Treinos em Circuito 
São uma forma de condicionamento que usa exercícios de alta intensidade, geralmente de resistência progressiva (cargas ou pesos), com o objetivo de ganhar força mas também resistência (na minha opinião ideais para treinar potência).
Um circuito é composto de vários exercícios compilados com uma ordem de execução.
Cada exercício tem o seu número de repetições e assim que finalizadas, ao invés de se continuar a fazer o mesmo exercício passa-se para o seguinte, com pouco ou nenhum tempo de descanso...o circuito quando finalizado conta como uma série, sendo este composto de quantas séries se estipular.
Desta forma o trabalho não é tão especializado num grupo muscular ou numa parte do músculo, mas sim distribuído por vários grupos musculares, permitindo assim reduzir o tempo de descanso, pois o mesmo músculo não é solicitado exclusivamente em 2 exercícios seguidos.
O menor tempo de descanso permite trabalhar a parte cardiovascular e os diferentes grupos musculares podem ser trabalhados com cargas pesadas (força) pois não são solicitados em duas séries seguidas.
Treino Isométrico
É o tipo de treino onde não há movimento...leram bem...não existe movimento, ou noutras variantes o movimento é extremamente lento.
Treina-se e não se mexe, como é isto possível?
É fácil de perceber porquê que este treino não é popular, até eu fico de pé atrás quando penso que vou treinar parado, mas a verdade é que a contracção muscular estática pode trazer inúmeros benefícios e garantidamente é um dos treinos mais difíceis que já alguma vez fiz.
Imaginem sentarem-se numa cadeira imaginável durante 5 minutos sem se mexerem ou fazer uma prancha durante 5 minutos, é coisa de um filme de Kung Fu (Drunk Master vem-me à mente), não é pêra doce.
Existe contracção muscular em dois ou mais sentidos de uma articulação, mas não se nota um movimento decorrente das contracções, ou seja, o treino isométrico (estático) consiste em levantar e manter um peso (ou o peso corporal) imóvel por um determinado intervalo de tempo, onde os músculos estão a trabalhar mas não existe movimento aparente.
Dos benefícios que resultam deste treino destacam-se:

  • Maior recrutamento de unidades motoras, 
  • Desenvolvimento de consciência corporal (body awareness) também chamada de cinestesia (proprioceção). 
Estas duas qualidades têm uma vasta aplicação no desempenho físico e noutros desportos.
Vamos desenvolver alguns conceitos:

  • Unidade motora de um músculo define-se como o nervo e todas as fibras musculares estimuladas por esse nervo. As fibras musculares estão agrupadas em forma de unidades motoras. Se o sinal do nervo for fraco demais para estimular a unidade motora, nenhuma das fibras musculares dessa mesma unidade vai contrair, mas se o sinal for forte, então todas as fibras musculares dessa unidade irão responder.
Isto pode ser uma das razões que explicam o porquê de tamanho e volume muscular não significarem necessariamente força. Pessoas ‘’magras’’ podem ter força, força essa que não se coaduna com o seu tamanho, lembro-me de ter colegas de pernas ''finas'' que chutavam a bola com o dobro da minha força, por exemplo, embora haja outras variáveis como técnica, aceleração, etc, que também podem estar na base deste diferencial.
Atletas ''inatos'' têm a capacidade de recrutar múltiplas unidades motoras, ativando mais fibras musculares e gerando maior produção de força, mas quem não tem esta dotação genética pode, através do
treino com resistências, aumentar a força do sinal enviado aos músculos e também o recrutamento do número de unidades motoras, não precisando assim de muita massa muscular para gerar quantidades de força significativas.
É aqui que os benefícios do treino isométrico entram, pois durante este treino o corpo consegue recrutar e trabalhar quase todas as suas unidades motoras. 
  • Cinestesia (proprioceção) é a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão.
Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. Segundo algumas teorias, a inteligência corporal-cinestésica está na origem das habilidades que atletas e artistas (dançarinos por ex.) desenvolvem para a coordenação desejada de movimentos precisos e necessários para a execução das suas técnicas.
Quando fazemos um treino isométrico ou executamos exercícios de uma forma muito lenta, temos maior concentração e maior tempo em tensão numa determinada posição que queremos aperfeiçoar ou fortalecer, adquirindo uma maior sensibilidade para sentir e entender como chegar aos músculos e fibras que precisam de ser ativados para essa mesma execução.
O corpo pode aprender como utilizar os músculos corretos e este tipo de treino facilita esse aprendizado e aumenta essa sensibilidade.
Sendo estes treinos tão ‘’místicos’’ e misteriosos, fica aqui mais uma personagem curiosa.
Alexander Zass (na figura acima) foi um domador de animais russo e lutador de luta livre, que fazia atuações no circo (dobrando barras de ferro, segurando pianos com os dentes, carregando 2 leões aos ombros, entre outras demonstrações de força). Durante a 1ª Guerra Mundial (servindo o exército Russo) foi capturado 4 vezes, e das 4 vezes escapou. Durante o seu tempo cativo treinava puxando e empurrando as barras da sua cela, creditando a sua força ao treino isométrico que desenvolveu enquanto prisioneiro.
Calistenia (Calisthenics)
A palavra provém do grego kallos (beleza) e sthenos (força), o objetivo é a aquisição de graça e beleza no exercício. 
São exercícios físicos compostos por movimentos motores básicos, geralmente não utilizam máquinas nem equipamentos, apenas o peso do corpo.
Os exercícios são geralmente rítmicos e incluem movimentos que privilegiam a flexibilidade e a força, tais como saltar, empurrar, puxar ou dobrar o corpo usando o peso corporal conjuntamente com alongamentos. Quando feitos com vigor a calistenia pode aumentar (além da massa muscular, da força e da resistência) a agilidade, coordenação e o equilíbrio, sendo esta a grande diferença para os treinos de força ou intervalados.
Equipas desportivas ou unidades militares usam a calistenia (orientada por um líder de grupo) como treino físico sincronizado de forma a aumentar a coesão e disciplina de grupo. Esta também incorpora a disciplina de educação física na maior parte das escolas.
A sua execução popularizou-se no início deste século num ambiente urbano (street workout), os exercícios são efetuados em parques e paisagens urbanas e tendem a ser cada vez mais complexos, exigindo um nível de técnica e condicionamento físico superior.
Elevações, flexões e outros exercícios deram origem a variações como os ‘’Muscle ups’’, ‘’Front & Back Levers’’ e ‘’Bar Spins’’ que vão ganhando o seu cunho nesta nova modalidade que vem surgindo como uma alternativa ao ginásio ''indoor'' comum.
Agora que concluímos o nosso resumo dos diferentes tipos de treinos ‘’clássicos’’, bem como os seus métodos e diferentes objetivos podemos finalizar este post dizendo que não existe treino melhor nem treino ideal. Todos os treinos são bons porque todos os treinos implicam movimento. Movimento é dispêndio de energia, o contrário de sedentarismo, que provoca a acumulação de energia.
Durante milhares de anos o ser humano foi caçador/recoletor, e apenas nas últimas centenas de anos a sua vida se tornou sedentária, levando a inúmeros problemas de sáude que hoje podemos observar e que no passado não existiam.

A falta de movimentação e distúrbios alimentares estão na origem destes problemas cardiovasculares, diabetes, níveis elevados de colesterol, etc...
A citação ‘’mens sana in corpore sano’’ vem dos tempos da Antiga Roma e serve de exemplo àquilo que se deve desejar ou ambicionar, o nosso corpo é uma ferramenta e de nada serve uma ferramenta enferrujada e obsoleta.
Devemos fazer do nosso corpo ferramenta afiada, vaso e fiel depositária do nosso espírito e da nossa mente e neste sentido todo o movimento, seja de que tipo de treino que provenha, é bom e positivo!

Tipos de treino (1º Parte)


Vamos falar de tipos de treino, que são  tantos quantos os que quisermos/conseguirmos inventar.
Vou tentar manter este texto simples e básico, seguindo as definições tradicionais.
Este tema será dividido em 2 partes:
  • 1ª parte distinguimos exercício aeróbico de anaeróbico, definimos os designados ''treinos de força'' (com pesos e resistências) bem como seus diferentes métodos e objetivos,
  • 2ª parte vou-me referir aos treinos intervalados (Interval Training) e mais alguns conhecidos e da ''moda''.
Treino aeróbico é o treino físico de baixa/média intensidade que depende primariamente do processo aeróbico/sistema oxidativo para gerar energia (uso de oxigénio para suprir as necessidades energéticas). Atividades de intensidade moderada ou ligeira são suportadas por este processo aeróbico e podem-se estender por longos períodos de tempo,
Treino anaeróbico é o treino físico intenso o suficiente para exceder as necessidades energéticas normalmente satisfeitas pelo uso de oxigénio (metabolismo aeróbico). Na ausência de oxigénio o metabolismo anaeróbico/sistema glicolítico usa o glicogénio armazenado nos músculos como fonte de energia (rápida quebra de glucose), formando ácido láctico.
O que quer isto dizer?
  • Quer dizer que seja qual for o exercício físico que fizermos (saltar, andar, correr, nadar, etc), dependendo da intensidade, vai depender também o sistema metabólico predominante que trabalha para gerar energia aos músculos.
Se corrermos a um passo moderado que não interfira com o nosso ritmo de respiração, estamos num nível mais aeróbico, mas se acelerarmos o passo e fizermos um sprint, passamos para um nível mais anaeróbico, onde se torna mais difícil respirar (onde nos falta oxigénio devido à intensidade do exercício). Isto é aplicável a qualquer atividade ou treino físico.
Estes sistemas trabalham em simultâneo, havendo normalmente a predominância de um, mas para uma explicação mais detalhada acerca dos diferentes sistemas de energia e intensidades de treino podem ler o post: ''Treinos de Endurance VS Treinos de Força (Introdução)''.
Treinos de força
Designam-se por treinos de força os treinos que trabalham com pesos ou qualquer tipo de resistência, mesmo que o objetivo dos mesmos não seja o aumento da força.
De uma forma geral temos que:
  • São o tipo de exercício físico que se especializa no uso de resistência para induzir contração muscular, contração esta que aumenta a força, o endurance anaeróbico e o tamanho dos músculos, 
  • Quando bem executado os ''treinos de força'' trazem benefícios significativos e melhorias na saúde e no bem estar, bem como fortalecimento dos ossos, músculos, tendões e ligamentos, melhorias das funções articulares, redução do potencial de lesões, aumento da densidade óssea, aceleração do metabolismo, melhoria do funcionamento cardiovascular, melhorias nos níveis de colesterol, etc,  
  • Estes treinos consistem no aumento progressivo de cargas ou pesos que exigem um maior esforço por parte dos músculos, através de um uso variado de exercícios e equipamentos que trabalham grupos musculares específicos.
Conceitos que fazem parte destes treinos:
  • Volume de treino é o número total de repetições a multiplicar pelas séries, feito num período específico de tempo. Portanto se eu fizer 10 séries de 10 repetições de um determinado exercício, o meu volume de treino será de 100 repetições (reps) para esse exercício. 
  • Intensidade é a percentagem correspondente de uma repetição efectuada com o máximo de peso que aguentamos. Ou seja, se o meu máximo de peso (para uma repetição) de um determinado exercício for de 100 kg, se eu fizer esse mesmo exercício com 50 kg estarei a trabalhar a 50% da intensidade máxima (50% 1RM),  
  • Cadência é tempo que demoramos na fase concêntrica (contração do músculo, momento no qual o peso é levantado ou puxado) e na fase excêntrica (fase contrária onde ocorre a descontração do músculo) de um determinado movimento, bem como o tempo de pausa entre as duas partes do movimento. Ou seja, se eu fizer um agachamento e demorar 2 segundos a ficar sentado (fase excêntrica), seguido de 1 segundo de pausa antes de iniciar a subida e 2 segundos para me levantar (fase concêntrica), a minha cadência será de 2-1-2. 
Neste quadro que se segue estão representados diferentes tipos de treino, com diferentes objetivos e suas variáveis correspondentes:


Força
Potência
Hipertrofia
Resistência
Velocidade
Carga (% de 1RM)
80-90
45-60
60-80
40-60
30
Reps. por série
1 a 5
1 a 5
5 a 15
13 a 60
1 a 5
Séries por exercício
4 a 7
3 a 5
4 a 8
2 a 4
3 a 5
Descanso entre séries (min)
2 a 6
2 a 6
2 a 5
1 a 2
2 a 5
Tempo (seg por série)
5 a 10
4 a 8
20 a 60
80 a 150
20 a 40
Velocidade por rep. (% do Máx.)
60 a 100
90 a 100
60 a 90
60 a 80
100
Nº treinos por semana
3 a 6
3 a 6
5 a 6
8 a 14
3 a 6

Treino de força máxima
Em física aprendemos que força é igual à massa multiplicada pela aceleração, F = m.a
Este tipo de treino privilegia cargas elevadas (perto do nosso máximo) e poucas repetições, o seu objetivo é aumentar a força máxima que exercemos ao mover qualquer resistência (peso ou carga) num dado momento, numa explosão de movimento. Estes treinos aplicam grande intensidade (quase máxima), num volume de treino baixo.
Imaginemos que queremos levantar uma carga pesada uma única vez, damos o nosso máximo pois sabemos que será um ''esforço único'' e aplicamos a maior aceleração possível para por o peso numa posição que nos permita manejá-lo. O levantamento olímpico é um óptimo exemplo, modalidades como o Halterofilismo ou o Powerlifting enquandram-se neste objectivo.
Treino de potência
Em Física a Potência é a quantidade de energia consumida por unidade de tempo.
Potência é igual a Trabalho (neste caso força ou peso) a dividir pelo tempo:

  • Potência = Trabalho/Tempo 
  • Potência = Força.Deslocação/Tempo  
  • Potência = Força.Velocidade
Potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é transformada, ou a rapidez com que o trabalho é realizado, ou pode ainda ser entendida como a força multiplicada pela velocidade.
O que quer isto dizer? Em termos práticos significa que temos de adicionar o factor da velocidade ao exercício. 

A velocidade e a força estão inversamente relacionadas, pois à medida que a velocidade de movimento aumenta a força decresce. Entre estes dois extremos existe um ponto óptimo para o desenvolvimento de potência. 
O objetivo do treino de potência é diminuir o tempo que leva a aplicação da força e tentar manter esta velocidade ao longo do exercício.
Um bom exemplo dos treinos de potência são os treinos com KettleBell, arremessos de peso (bolas medicinais), agachamentos com pesos moderados que incluam saltos, etc.
O treino de potência pode ser muito vantajoso como complemento de outros desportos (Futebol, Basket, Andebol, Desportos de Combate, etc).
Treino de endurance (resistência)
O objetivo deste treino consiste na aplicação de força durante longos períodos de tempo. 
Ter força para levantar uma carga uma única vez é uma coisa...mas ter força para levantar essa mesma carga cinquenta vezes é outra.
Quanto maior o tempo que teremos que exercer força, menor será a força que conseguimos exercer. Este tipo de treino procura o aumento da resposta muscular por um período maior de tempo, privilegia maior volume de treino e menor intensidade.
Um maratonista será um bom exemplo de um atleta que desenvolve este tipo de condicionamento, correndo a uma velocidade que lhe permita terminar as longas distâncias de que as suas provas se compõem (20km ou mais).
Treino de hipertrofia
Este tipo de treino não se foca no ganho de força, potência ou resistência. O seu objetivo é o aumento do tamanho dos músculos através do crescimento das células que os compõem.
Os dois fatores que contribuem para este processo são:

  • Hipertrofia sarcoplasmática - que se foca no aumento das reservas de glicogénio, capilares sanguíneos e todas estruturas e componentes que permitirão aumentar a eficiência da contração das fibras musculares, 
  • Hipertrofia miofibrilar - que se foca no aumento do diâmetro e densidade das fibras musculares. 
Como podemos ver noutro post, a existência destas duas hipertrofias em separado e o treino focado em apenas uma delas é debatível e questionável, mas em termos práticos estes consistem num tipo de treino com intensidade elevada, entre a potência e a força máxima, mas com um maior volume que estes treinos, o suficiente para estimular o crescimento mas sem causar um esgotamento que inverta este mesmo processo.
Treino de Velocidade
Velocidade é a rapidez de movimento, é parte integral de todos os desportos e pode ser expressada como a combinação de velocidade máxima/aceleração (força), potência e resistência.
Este tipo de treino não é exequível com barras e halteres, mas com outro tipo de cargas e resistências.
Sprints e sprints seguidos de agachamentos ou flexões são bons exemplos de treinos para o desenvolvimento de velocidade. 
Um sprinter será um bom exemplo de um atleta que desenvolva este tipo de condicionamento, necessitando de força e explosão para um primeiro arranque e resistência suficiente para aguentar uma prova de 100 ou 500m.
Conclusão

Daqui se entende que o treino de força (com uso de cargas ou resistências progressivas), é um conceito geral, cuja aplicação obriga à definição de parâmetros consoante o objetivo a que um indivíduo se propõe.
Existem vários tipo de ''força'':
  • A força para levantar uma vez um saco de 100kg (força máxima), 
  • A força para levantar 5 vezes um saco de 50kg o mais rápido possível (potência), 
  • A força para levantar um saco de 25kg inúmeras vezes até não conseguirmos mais (resistência).
O nosso treino não precisa necessariamente de se enquadrar num destes ‘’treinos clássicos’, mas mais facilmente atingiremos resultados se definirmos objetivos e se observarmos algumas das regras aqui referidas. Quem procura resultados que se transmitam mais num desempenho físico do que só na aparência/cosmética deve ponderar trabalhar estes diversos lados da ''força'', que se complementam e auxiliam num efeito sinérgico.
Na segunda parte deste texto vamos estender a nossa pesquisa a outras tipologias de treino.
Conhecimento é poder